terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Festas de fim de ano


Natal... Festa engraçada essa. Sempre começa bem, com todo mundo se amando. Afinal, é Natal, e quem estava sem se falar pede desculpas nesse momento... É um ótimo dia para falsidades... Mas logo vão surgindo as "picuinhas". Fala-se mal de um, da roupa do outro... Da comida daquele (que por sinal levou dois dias pra fazer, com amor e carinho). É briga pelo presente do bingo, e até pelo presente que é seu. A noite termina cedo, e no final, todo mundo se ama de novo. É... Natal é assim mesmo. No meio da noite, resolve-se beber com o vizinho, já que com a família nunca dá certo. Ahhh, essa é a melhor parte, porque o vizinho é seu amigo, e pode falar mal com você, rir com você e a noite termina em dois copos quebrados, gente achando que tá num barco e outros vendo Papai Noel entrar pela janela. Aí eu pergunto: Depois de velhooo??

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

MORTE



Esta coisa incômoda tem aparecido frequentemente em minha vida. Aprendemos no primário que todo ser humano nasce, cresce, se reproduz e morre... Assim é o ciclo da vida. Mas estranho mesmo é quando o ciclo pula etapas, parece que a pessoa não viveu o suficiente. Depois, um pouco maior, aprendi que o tempo que a pessoa passa na terra é o tempo exato para seu desenvolvimento, e quanto mais cedo ela se vai, é porque pouco ela precisava aprender.

Mesmo assim, nunca estamos preparados para lidar com essa tal morte. Nunca pensamos que pode acontecer com a gente. Até o dia que acontece... E a vida nos obriga a conviver com os fatos. Passa de conto de fadas para vida real, e ai de quem diga que não quer assim. Na vida não temos escolhas.

E eu, tão acostumada à mesmice. Vivi 18 anos de minha vida, sem me deparar com esse fato... Mas era tempo demais, tive que passar por isso. E num espaço de um ano, perdi três pessoas muito queridas em minha vida.

Dessa última, minha irmã de coração, de alma, dela me lembrarei sempre. Porque o amor que sentiamos uma pela outra é grande demais pra ser vencido.

Irmã, te amo demais! Agora eu sei que você está em paz e com Deus! Me espera... Talvez demore mais um pouco, mas a gente ainda se encontra.

sábado, 1 de dezembro de 2007

TV e construção da visão crítica da criança

Mariana Sokolonski S. Machado[1]

Resumo: O presente texto tem como objetivo esclarecer algumas dúvidas sobre o uso da televisão pela criança, assim como fazer um acompanhamento crítico sobre o assunto, levando em conta a atual “febre” de uso de tecnologias e os constantes avanços nessa área. Analisaremos as discordâncias sobre, e o melhor método de educação frente ao uso e crescimento constante da televisão.
Palavras chave: televisão, criança, educação.

Introdução
Admito que comecei a pensar em escrever o presente artigo ao assistir a um dos filmes do bruxinho Harry Potter, baseado na coleção de livros de mesmo nome, da autora Joanne Kathleen Rowling, bem vendido entre as crianças de todo o mundo. Fiquei imaginando como aquele filme (considerado infantil) deve “mexer” com o imaginário das crianças, afinal, é um filme muito fantasioso, utilizando cores, sons e formas incríveis que atraem até aos mais velhos.
Pensando em como esses filmes, desenhos e programas internalizam-se nas crianças, lembrei-me de um fato em que meu primo, na época com três anos de idade, ao ganhar a roupa completa do Batman, vestiu-se e pediu para minha tia abrir a janela. “Porque eu vou voar”, respondeu com inocência quando minha tia perguntou por que ele queria que abrisse a janela.
Pensando no porquê de tantas crianças ficarem fascinadas com o que acontece na programação televisiva, e reproduzirem no dia a dia o que vêem, comecei a pesquisar e cá estou escrevendo sobre o assunto. Um artigo informal, talvez, mas ainda assim, um artigo. Mas deixando minhas lembranças de infância de lado, receio que devo começar nosso texto.

Novas tecnologias e educação
A partir da metade do século XX, as novas tecnologias passaram a fazer parte do cotidiano social, principalmente os meios de comunicação que ajudavam, e ainda ajudam o capitalismo a crescer e a ganhar mais força a cada momento.
O mundo hoje tem a necessidade de produzir, e consequentemente de consumir. Não há consumo sem produção e vice e versa. Por isso, a propaganda é um elemento fundamental das sociedades capitalistas, pois é através dela que se cria nas pessoas a “vontade” de consumir. Propaganda esta que está presente em todas as novas tecnologias ligadas à mídia, principalmente à televisão, que fornece ao consumidor uma produção completa, formada de áudio, imagem, textos, utilizando de cores chamativas e jingles que ficam gravados na mente dos indivíduos.
Produzidos em grande quantidade, e logo adquiridos pela sociedade por causa do modismo, ou melhor, das propagandas criadas pela própria mídia, os meios de comunicação, principalmente a televisão, se difundiram no mercado capitalista. Tudo isso fez surgir o interesse da educação em utilizar essas novas tecnologias para modificar a estrutura educacional. Mas será que essa educação foi mesmo modificada?
“Virou trabalho da Secretaria de Educação ensinar a utilizar os recursos informáticos nas diferentes disciplinas do currículo” (HERNÁNDEZ; SANCHO, 2006). O que os autores querem dizer é que isso, definitivamente, não é transformar a educação e sim criar recursos didáticos, de forma que esta continue sempre a mesma.
É muito importante a inserção dessas tecnologias no ambiente escolar, devido ao seu caráter dinâmico que tanto chama a atenção das crianças. Porém, deveriam ser encaradas como um desafio para transformar os atuais métodos educativos, tornando-os mais interessantes e significativos. Não agindo como recurso didático, mas lado a lado com a educação transformadora de que tanto se fala no processo educacional.
Dentre todas as tecnologias, a mais disseminada foi a televisão, talvez por seu alto poder de persuasão e manipulação. É a segunda mídia mais usada nas escolas já que chama tanto a atenção dos alunos, perdendo apenas pro livro didático. Por causa desse grande interesse pelo imenso poder da TV que é fundamental o debate sobre seus acréscimos e vantagens em utilizá-la no âmbito educacional.

TV e educação
Com o surgimento da TV, no início da década de 50, nasce a esperança de difusão de informação e aproximação entre os povos. Porém, “nem tudo são flores” e o sistema capitalista, assim como as instituições governamentais, utilizam-se desse grande poder de persuasão e começam a manipular as informações de acordo com seus interesses, passando-as sempre como verdade absoluta para a população.
Segundo Hoineff (1996), mais de 80% da população brasileira assistem diariamente à TV, sendo que a maior parte dessas pessoas faz dela sua principal (se não única) fonte de informações.
Agora imaginemos que dessa porcentagem, muitas crianças (normalmente não contabilizadas nos censos) estão por trás, ou literalmente atrás, dos adultos, assistindo, normalmente, programas considerados impróprios para sua idade. Por vezes ainda, as crianças são deixadas em casa pelos responsáveis e a única coisa a fazer é assistir à programação manipuladora da TV.
Devido a essa demanda, a televisão começou a ser utilizada pelas escolas, mas ainda de forma inapropriada. Por vezes, só como lazer, sem tirar nenhum conhecimento dali, outras, meramente acadêmicos, prestando atenção apenas nos conteúdos curriculares postos na programação ou em filmes.
A TV como arte, ou o vídeo como o próprio vídeo, nunca é falado nas escolas, o que faz muita falta. É preciso que ensinem às crianças como são produzidos os vídeos e que informações querem passar com aquelas imagens. Leitura de imagem é um assunto pouco tratado nas salas de aula, onde são pontuadas apenas leituras textuais, deixando um grande déficit na formação dessas crianças.
A produção de vídeo é outro assunto pouco trabalhado nas escolas, pois ainda é considerada inviável para muitos professores. O que não é de se espantar, afinal, esses professores pouco viram em sua formação sobre essas novas tecnologias e normalmente não sabem usar, ficando constrangidos quando alguma criança sabe mais do que eles. Ainda vivemos uma formação em que os professores “têm” que saber mais que os alunos, uma formação diretiva, prá ser mais precisa, o que leva a um grande “furo” na educação. A sociedade contemporânea exige hoje uma formação continuada, exige que o professor seja pesquisador e que haja uma troca constante entre ele e o aluno, contando com o fato de que o aluno já experimentou vivências diversificadas e não chega à escola como uma “folha em branco”.
Outro assunto pouco abordado é a construção da criticidade da criança, proporcionando para ela, frente à televisão, experiências diversificadas, com a programação considerada muitas vezes, imprópria para sua idade. Mas será que essa programação é mesmo imprópria, na atualidade? Afinal, existem, de fato, programas não educativos?


A TV e seus programas não educativos

Segundo Soifer (1992), o hábito de assistir à TV no início da infância ocasiona grande prejuízo, já que, em geral, “tratam-se de histórias truculentas e de heróis imbatíveis e malignos”.
Discordo da autora por ser tão radical e deixar claro em sua fala a concepção de que a TV não é educativa para as crianças e pode fazer mal para seu desenvolvimento cognitivo. É verdade que a mídia tem um papel “deseducativo” em muitos casos, mas assume um caráter educativo na maioria das vezes. A programação televisiva só tem o poder de destruir uma mente a partir do momento em que não é trabalhada de forma correta. E o que seria trabalhar com a televisão corretamente?
O ensino acerca desses veículos de comunicação de massa não deveria consistir apenas em aprender a escolher o que é certo, e na apreensão do mesmo por meio de categorias, mas, desde o início, este ensino deveria desenvolver aptidões críticas; ele deveria conduzir as pessoas, por exemplo, à capacidade de desmascarar ideologias; deveria protegê-las ante identificações falsas e problemáticas, protegendo-as sobretudo em face da propaganda geral de um mundo que a mera forma de veículos de comunicação de massa desta ordem já implica como dado (SILVA, 2003).
Na fala de Silva fica explícito que não existem os chamados programas não educativos. O fato é que existem os programas considerados educativos, aqueles que são criados especificamente para fins educativos, normalmente conteúdos escolares. Já os não educativos entram na imensa lista de mais assistidos e mais interessantes, frequentemente tachados por professores como “cultura inútil”. Mas qual o significado de “cultura inútil”? Cultura, afinal, é um grupo de hábitos que devem ser estudados e na maior parte das vezes repassados, quando não é modificada pela sociedade. Mas se cultura é criada pela sociedade para ser consumida pela mesma, não há como ser uma coisa inútil.
O ideal é que esses programas sejam trabalhados em conjunto com informações paralelas. É a falta dessas informações que podem causar situações de repetição, pensando no impossível como possível, como foi citado no caso do Batman, na introdução do presente artigo, e como acontece em muitos outros casos, por causa da fascinação que as crianças têm pela imagem e pelo irreal. Essa fascinação tende a levar a criança a imitar o que lhe é significativo, e assim como imitam pessoas de casa ou da escola, acabam imitando também personagens fictícios. Por isso é importante a transmissão de conhecimentos por parte dos educadores, levando essas informações paralelas ao ambiente escolar, de modo a auxiliar o crescimento e o aperfeiçoamento da visão crítica dessas crianças.
Afinal, o paradoxo criado - que a TV pode destruir ou fazer crescer – está diretamente ligado com a manipulação da mídia. Esta manipula de tal forma a passar a informação do melhor jeito que lhes beneficie, sem importar-se com as distorções de idéias, alienando, assim, aos 80% dos brasileiros que fazem da TV seu principal meio de comunicação, atingindo em grande parte crianças, que tomam para si papéis fictícios como verdades absolutas. Haverá alienação enquanto não houver visão crítica de mundo. E enquanto houver alienação, haverá consumo, “engordando” o capitalismo.

Considerações finais
A TV pode sim ser utilizada para transformar a educação a partir do momento em que é passada a importância da visão crítica, para que tais crianças possam fazer uma leitura social de onde vivem e do que passam.
As crianças nunca deixarão de serem consumidoras, assim como nós, adultos, porém, é preciso que elas saibam o verdadeiro motivo de estarem consumindo e se realmente lhes é indispensável ou vale a pena.
Não adianta tratá-las como pequenos adultos, mas construir, em conjunto com os educadores, uma nova forma de educação, quebrando paradigmas e possibilitando a busca por novos caminhos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

HERNÁNDEZ, Fernando. SANCHO, Juana Maria. Tecnologias para transformar a educação. Porto Alegre: Artmed, 2006.

HOINEFF, Nelson. A nova televisão: desmassificação e o impasse das grandes redes. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1996.

SILVA, Hugo Leonardo Fonseca da. Indústria cultural e educação infantil: o papel da televisão. Revista da UFG, Vol. 5, n° 2, dez de 2003. Disponível em
www.proec.ufg.br Acesso em: 28 out. 2007.

SOIFER, Raquel. A criança e a TV: uma visão psicanalítica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
  • [1] Granduanda em Pedagogia, cursando o 4° semestre, pela Universidade Federal da Bahia.